SMM começa a funcionar na Matola

Está confirmada a cerimónia que dará início à fase de operações da fábrica de produção de anti-retrovirais e outros medicamentos da Sociedade Moçambicana de Medicamentos (SMM). Marco histórico da relação bilateral Brasil-Moçambique, o evento será realizado neste Sábado, dia 21 de Julho, na própria unidade, localizada à Av. da União Africana, n.º 8.145, na cidade da Matola.
Estarão presentes, o vice-presidente do Brasil, Michel Temer; o ministro da Saúde de Moçambique, Alexandre Manguele; o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, representando o Ministro da Saúde do Brasil, o vice-presidente da Fiocruz, Jorge Bermudez; o director da Farmanguinhos/Fiocruz, Hayne Felipe; o presidente do Conselho de Administração do Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE), Apolínário Panguene; o presidente da SMM, Alcino Ndeve; e ainda a directora Executiva da SMM, Noémia Muissa.
Nesta fase, a fábrica dá início  aos processos de embalagem, armazenagem, controlo de qualidade, e distribuição do anti-retroviral Nevirapina 200mg, que está a ser cedido gratuitamente pelo Governo brasileiro. A SMM é objecto de uma cooperação técnica entre os governos do Brasil e de Moçambique, iniciada em 2003. A fábrica será a primeira do sector de medicamentos, com capitais 100% públicos, detida pelo Estado moçambicano, a ser instalada no continente africano, e tem como principal objectivo a produção de anti-retrovirais e de medicamentos essenciais ao país. O papel do Brasil, por meio da Fiocruz, é trazer para Moçambique a experiência do Sistema Único de Saúde brasileiro, que regista vários sucessos, visíveis, por exemplo, no combate ao HIV/Sida e na produção de medicamentos genéricos. A directriz da estratégia de cooperação brasileira prioriza o fortalecimento dos sistemas de saúde do país cooperado. No caso específico, o fortalecimento da política de assistência farmacêutica de Moçambique. O apoio do Governo brasileiro, orçado em cerca de 23 milhões de dólares, contempla várias etapas do projecto, passando pelos estudos de viabilidade, aquisição de equipamentos, transferência de tecnologias, capacitação técnica, validação e registos, e submissão de certificações de âmbito nacional e internacional. O apoio estende-se ainda à elaboração do plano de negócios e ao fornecimento de directrizes para a sustentabilidade da organização.Ao Estado moçambicano coube a aquisição das instalações da fábrica e a reabilitação das mesmas. Além disso, Moçambique é responsável pela manutenção da SMM. A Fundação Vale foi parceira deste projecto, financiando 80% das obras de infra-estrutura da fábrica, avaliadas em 4,5 milhões de dólares. A fábrica  tem 3 mil metros quadrados de área construída. Este investimento insere-se no âmbito da promoção e incentivo a programas e projectos de saúde junto à sociedade da Fundação Vale. A elevada taxa de prevalência de HIV/Sida verificada em Moçambique foi o mote para a criação do projecto, que inicia neste mês as suas primeiras actividades. Para além da produção de anti-retrovirais, a unidade vai também produzir outros medicamentos, destinados, por exemplo, ao tratamento de hipertensão. Serão produzidos, ao todo, 21 tipos de medicamentos, empregando cerca de 100 trabalhadores nacionais.

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