As tão necessárias infraestruturas
De acordo com o Observatório do Turismo da Cidade de Maputo, a continuação do ritmo forte e sustentado de crescimento recente da economia de Moçambique irá depender da superação do ‘défice’ de infraestruturas como portos, aeroportos ou linhas de caminhos-de-ferro, tirando o máximo partido do potencial agrícola e mineral do país.
Essas mesmas infraestruturas são consideradas essenciais ao cabal funcionamento do sector turístico, em que, por exemplo, tanto estrangeiros como nacionais gradualmente preferem viajar de avião no interior de Moçambique, segundo dados do Estudo de Satisfação ao Turista realizado pelo Observatório do Turismo. Os aeroportos são as infraestruturas que apresentam mais carências, e, de acordo com dados divulgados pela empresa Aeroportos de Moçambique, os mesmos irão receber um investimento total de 500 milhões de dólares ao longo dos próximos três anos. Valores que, por sua vez, serão tanto aplicados em nova construção como em obras de modernização. Segundo dados divulgados pelo Departamento Económico e Comercial da Embaixada da China em Moçambique, parte deste montante já está a ser aplicado na construção de novos aeroportos em Pemba, Nacala e Tete, bem como na modernização do Aeroporto Internacional de Maputo. O novo terminal doméstico do Aeroporto Internacional de Maputo, orçado em cerca de 24 milhões de euros, vai estar pronto em Outubro. Uma boa notícia para quem viaja para aquelas paragens bem como para os operadores turísticos locais. Ao mesmo tempo, o aeroporto de Vilanculos foi recuperado, na província de Inhambane, e decorrem actualmente obras de transformação da base aérea de Nacala em aeroporto civil, na província de Nampula. O objectivo, segundo o presidente dos Aeroportos de Moçambique, Manuel Veterano, é o aumento da taxa de utilização do sistema aeroportuário, quer de passageiros quer de carga. Devido à entrada de novas empresas operadoras no mercado moçambicano, o número global de passageiros aumentou 13% nos últimos anos, induzido pelo crescimento em 43,8% e 11,6% dos viajantes regionais e internacionais, respectivamente. Os mesmos constrangimentos têm vindo a ser sentidos na utilização de estradas, portos e outras infraestruturas necessárias aos agentes económicos, numa altura em que o país recebe avultados investimentos, que são mormente canalizados para projectos de mineração de carvão ou explorações agrícolas. Para o Banco Mundial, a história de sucesso do crescimento económico sustentado em Moçambique é “lendária”, nas últimas duas décadas, mas o Governo “enfrenta questões prementes sobre como continuar a expandir esse crescimento”, no que tange às infraestruturas. A par da evidente aposta em termos de investimento no sector da agricultura e dos minérios, o desenvolvimento do turismo poderá decorrer por osmose. Os dados são inequívocos, Maputo, Gaza, Inhambane, Cabo Delgado, Nampula e Zambézia registam um maior número de hóspedes bem como bons níveis de dormidas nos seus estabelecimentos hoteleiros, entre 2011 e 2012.