Sector privado aprende a tirar vantagens de megaprojectos

Dois consultores económicos sul-africanos estiveram, quinta-feira última, em Maputo, reunidos com o sector privado moçambicano, para partilhar a sua experiência sobre como capacitar as pequenas, médias e grandes empresas locais a fornecerem produtos e serviços aos megaprojectos, que operam nas áreas de energia, petróleo, gás e mineração.

Plano geral do Seminário sobre ligação das PMEs às Grandes Empresas 03


No seminário, organizado pela CTA-Confederação das Associações Económicas de Moçambique, os "experts" sul-africanos, John James e Leida Schuman, dissertaram sobre as regras de "procurement" e a incorporação de conteúdo locais como estratégias de veículo para desenvolver capacidades locais humanas e técnicas, garantindo o fornecimento de produtos, serviços e programas sustentáveis de Business Linkage. Hipólito Hamela, assessor económico da CTA e moderador do encontro, explicou que “com o desenvolvimento da indústria extractiva no País, nomeadamente o gás natural, carvão mineral, areias pesadas e quiçá um dia o petróleo,, explorados por multinacionais, urge discutir como é que a comunidade empresarial moçambicana pode beneficiar das oportunidades de negócios”.
“A CTA trouxe estes consultores para nos transmitir a sua experiência de trabalho e ligações na África do Sul, pois neste país vizinho existe um programa de ligação com as grandes indústrias extractivas”, referiu Hipólito Hamela, acrescentando que os especialistas sul-africanos fizeram abordagens sobre experiências de outros países como Nigéria, Guiné, Gana, Mali, Brasil e Argentina. O segundo aspecto – conforme indicou o assessor económico da CTA – tem a ver com a legislação de alguns países que “refere claramente que o produto final que sair, seja gás, petróleo, etc, deve conter conteúdo local, pelo que os consultores irão explicar como isso se processa”. “A mensagem final vai ser que este assunto não se resolve de um dia para outro: a capacidade para fornecer produtos e serviços às multinacionais não é automática, porque as nossas empresas têm que atingir um determinado standard de qualidade, pois as multinacionais vão manter os seus níveis de exigência em termos que qualidade, segurança, entre outros aspectos”, frisou Hamela. Concluindo, Hipólito Hamela sublinhou ser necessário que “o Governo, o sector privado e a sociedade em geral trabalhem juntos para que, dentro dos próximos cinco anos, sejamos capazes de fornecer serviços e absorver uma parte da produção, transformando-a localmente”. Refira-se que este é o segundo seminário sobre a perspectiva sul-africana de ligação das PMEs às grandes empresas multinacionais. O primeiro teve lugar quarta-feira última, na cidade da Beira.

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