Empreendedoras a crescer
O número de empreendedoras cresce a olhos vistos no País. Cada vez mais, elas unem-se e firmam-se no mercado e o Fórum Network Mulher é um bom exemplo dessa dinâmica. É um evento, organizado periodicamente pela empresa Essencial, que tem como missão contribuir para a melhoria do ambiente de negócios e dar a conhecer as oportunidades de financiamento às micro, pequenas e médias empresas.
Foi no quadro da 4.ª edição do Network Mulher que o Projecto de Apoio à Competitividade e Desenvolvimento Empresarial - PACDE, através da sua representante Isa Macaringue, realçou a importância do Mecanismo de Subsídio Empresarial (MESE). O MESE destina-se a apoiar os esforços das empresas, com o objectivo de melhorar a sua posição competitiva no mercado, bem como a fortalecer as associações empresariais. O referido mecanismo de apoio subsidia os custos das actividades programadas e previamente acordadas. O limite máximo do subsídio é de 50% para as pequenas e médias empresas, 70% para as microempresas e 75% para as associações empresariais.
‘Made in Mozambique’ será um entrave?
O Fórum Network Mulher engloba também uma feira de negócios, na qual as empresárias têm a oportunidade de demonstrar e promover os seus produtos e serviços, para além da possibilidade de trocar experiências e conhecer novos parceiros. No decurso do evento, a revista CAPITAL teve a oportunidade de abordar algumas das empreendedoras que já fazem parte da rede.
Rosalita Olim, da empresa Ferneto Moçambique, deu-nos a conhecer a sua firma e os desafios que a mesma enfrenta num mercado cada vez mais exigente. A actuar no mercado moçambicano desde 1998, a Ferneto dedica-se à comercialização, instalação e serviço de pós-venda de equipamentos para a indústria alimentar, nomeadamente para padarias, pastelarias e afins. Em 2011, Rosalita lançou um novo projecto na Matola. Implementou uma unidade industrial para o fabrico de produtos de limpeza, desinfecção e higiene pessoal. “Com as marcas próprias ACTY e NATHURA, a empresa pretende afirmar-se neste sector no mercado moçambicano com produtos de qualidade, fabricados em território nacional e ostentando o selo “Made in Mozambique”, explica Rosalita Olim. Segundo aquela empreendedora, as principais dificuldades com que a empresa se depara nesta nova área de negócios prendem-se com o facto do mercado estar habituado a consumir produtos importados. Para Rosalita vai demorar algum tempo até que os consumidores adiram ao produto nacional de qualidade. “A ideia que têm é de que o produto estrangeiro tem maior qualidade. Mas estamos a tentar lutar contra estas barreiras, afirmando que o produto moçambicano é de qualidade, é bom e é ao gosto moçambicano”, afirmou Rosalita. Quanto ao Fórum Network Mulher, Rosalita Olim afirmou que a participação da sua empresa na iniciativa foi positiva, tratando-se de um espaço onde as mulheres podem falar entre si dos problemas e das dificuldades a nível profissional e pessoal, e reitera: “temos de nos afirmar no mercado do trabalho”. Ao mesmo tempo, considera o Fórum uma oportunidade para as empresárias darem a conhecer os seus produtos e demarcarem a sua participação na actividade económica do País.
A conquista do mercado com o apoio do MESE
Cacilda Correia é outra empresária que que aposta no Fórum Network Mulher. Proprietária da Loja Call For Brides, trabalha para noivas e acompanhantes (mães, madrinhas, irmãs e damas) no que diz respeito a vestidos e acessórios, estando a operar há um ano. Conta que tudo começou como um hobby em Joanesburgo, onde vivia. “Fui-me apercebendo que muita gente saía de Moçambique para a África do sul à procura de vestidos de noiva. Acabei ganhando o gosto pela coisa, e, quando regressei a Moçambique, decidi apostar neste negócio como forma de encurtar a distância dos que procuravam soluções para noivas lá”.Hoje, Cacilda Correia tem a sua loja no Parque dos Poetas, na cidade da Matola, e possui parcerias com grandes lojas sul-africanas – a brothem cool e a Monte flora. Representa ambas as marcas em Moçambique, mas usando o seu próprio nome.
“A ideia é assessorar a noiva de uma forma completa. Isto é, ela paga e nós cuidamos de tudo”, refere a empresária.
Tendo participado em todos os fóruns Network Mulher, Cacilda já se candidatou ao apoio do MESE e usufruiu de formação na área do atendimento ao cliente; da contabilidade organizada; do Website e Marketing e Publicidade. Afirma que vale a pena aderir ao MESE e que toda a ajuda é sempre bem-vinda.
In revista Capital (http://www.scribd.com/revistacapital)