As 100 melhores PME
Sempre que se fala em desenvolvimento sustentável menciona-se o conceito de negócios inclusivos em Moçambique. Os negócios inclusivos mais não são do que iniciativas empresariais de negócio sustentável que, sem perderem o seu objectivo de lucro, contribuem para a redução da pobreza com a inclusão das comunidades de baixa renda na sua cadeia de produção de valor.
A segunda edição das ‘100 Melhores PME’ é lançada já amanhã no hotel Polana, em Maputo, e faz parte de um claro esforço no sentido de divulgar este novo modelo de negócios. As comunidades ao serem integradas como parceiras e beneficiárias dos negócios inclusivos obtêm um certo número de vantagens. Se por um lado, se registam mais-valias em termos de emprego e de renda, através da venda dos produtos produzidos no seio comunitário, por outro, as comunidades podem adquirir uma participação no capital social das empresas investidoras. O conjunto de vantagens pode influir directamente na qualidade de vida das populações comunitárias, uma vez que contribui para a melhoria da sua segurança alimentar e nutricional, assim como potencia um número mais alargado de projectos sociais financiados e recursos sócio-económicos para os agregados familiares. Ao mesmo tempo, o Governo obtém um leque de vantagens com a implementação dos negócios inclusivos. Nesse domínio, a prática traduz-se na melhoria das relações encetadas com as comunidades; na maior consciência e conservação do meio-ambiente; no reforço dos negócios inter-empresas e entre as empresas e comunidades. No que tange à perspectiva económica, os benefícios espelham-se na maior dinâmica dos negócios e, sobretudo, no emprego da força de trabalho local. Atenta a todas as possibilidades, a Organização Holandesa de Desenvolvimento (SNV) em Moçambique, cujo compromisso passa por reduzir a pobreza e a desigualdade nos mercados, crê que o País pode vir a beneficiar através da promoção de modelos de negócio inclusivo, em parceria com o World Business Council for Sustainable Development. Como tal, e com o apoio da Fundação Ford, aquela organização concebeu um vasto inventário sobre as experiências dos negócios inclusivos no país. O resultado do Mapeamento de Negócios Inclusivos em Moçambique assinalou um grande interesse por parte das grandes empresas em desenvolver parcerias com as PME’s e as comunidades, enquanto fornecedoras de produtos e serviços. Daquele mapeamento extraíram-se as recomendações para um ambiente de negócios propício e para o estabelecimento de um Conselho de Negócios Inclusivos como forma de garantir o desenvolvimento e a coordenação das políticas pró-negócios inclusivos, das estratégias e do conhecimento. Nesse sentido, o Conselho de Negócios Inclusivos (CNI) foi lançado e conta com o apadrinhamento de instituições públicas que são suas fundadoras como o Instituto para a Promoção de Pequenas e Médias Empresas (IPEME), o Centro de Promoção de Investimentos (CPI), a Confederação das Associações Económicas (CTA) e a Direcção Nacional de Promoção de Desenvolvimento Rural – DNPDR do Ministério da Administração Estatal. Desta feita, irá realizar-se o lançamento da 2ª edição das 100 Melhores PME no hotel Polana, amanhã, dia 31 de Julho, num evento que irá contar com a participação de diversas entidades e com a realização de dois paineis subordinados aos temas: Qualidade de Gestão das PME e Soluções para as PME.