Mortes po HIV baixam em Angola e Moçambique
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Sida (Aids), Onusida, publicou o relatório "Chegando a Zero", que destaca o aumento de mais de 1000% no acesso ao tratamento com antirretrovirais.
De acordo com o documento, publicado terça-feira, Moçambique está entre os países que registaram uma queda de óbitos entre 26% e 49%, ao lado do Quénia, da África do Sul e da Suazilândia. Angola consta na lista pela redução situada entre os 5% aos 25%, com o Lesoto e o Sudão do Sul. Entretanto, Angola e Etiópia tiveram menos de uma em cada três mulheres a fazer o teste de HIV durante a gravidez, no que diminuiu as possibilidades de eliminar a contaminação nos filhos. Relativamente à cobertura do tratamento, tanto Angola como Moçambique continuam com as menores taxas, com menos de 60%. Entre 2001 e 2011, mais de 10 nações da região conseguiram reduzir as mortes de adultos seropositivos. As maiores taxas, cerca de 50%, foram alcançadas por Botsuana, Etiópia, Malaui, Namíbia, Ruanda, Zâmbia e Zimbábue. Grande parte dos países no sul e leste do continente da África registam uma queda acentuada no número de mortes relacionadas à pandemia. Por outro lado, o Uganda e a Tanzânia registaram um aumento ligeiro de contaminações. O acesso ao tratamento antirretroviral é tido como fator que ajudou a diminuir o número de mortes e a subir a expectativa de vida dos seropositivos na região. Uma outra boa notícia é a queda de um terço na quantidade de óbitos por tuberculose relacionada ao HIV. De 2005 a 2012, o número de pessoas com acesso a tratamento saltou de 625 mil para 6,3 milhões. Apesar de a cobertura ter ultrapassado 80% em países como Suazilândia, Ruanda e Namíbia. De acordo com o relatório, os casos de novas infeções entre adultos de 15 a 49 anos caiu em mais de 30%. Já entre crianças, houve uma redução superior a 50%. Um outro passo positivo foi o aumento de serviços de saúde para prevenir a contaminação vertical, de mãe para bebés, que atingiu quase 700 mil grávidas, 100 mil a mais que no ano anterior. O Onusida informou que as mulheres jovens são as mais afetadas pelo HIV. Somente em 2011, foram notificados 450 mil novos casos de contaminação com o vírus da Sida. A prevalência entre as africanas de 15 a 24 anos é de 4,5%, mais do que o dobro do índice de homens na mesma faixa etária. O relatório também inclui as diretrizes divulgadas pela Organização Mundial da Saúde, OMS, no mês passado, a recomendar que as pessoas com HIV iniciem a terapia antirretroviral o mais cedo possível.