Noite de apoio às vitimas
O compositor e intérprete cabo-verdiano, Grace Évora, foi quem arrematou por 35 mil meticais - mais do dobro do lance mínimo - a guitarra acústica leiloada, quinta-feira última, em Maputo, no decurso do espectáculo beneficente denominado “Música é Vida”, cujas receitas serão canalizadas na íntegra às vítimas das inundações.
Para além de se associar a esta nobre causa, Grace Évora prometeu oferecer a guitarra ao músico moçambicano João Cabaço, internado numa das clínicas da capital do País. Visivelmente emocionado, o músico cabo-verdiano constituiu a surpresa da noite, tendo interpretado a composição Lolita, acompanhado pela banda moçambicana Nkhuvu. Actuaram igualmente no concerto, promovido por artistas com vínculo contratual com a mcel-Moçambique Celular, Stewart Sukuma, Mingas, Gpro, Costa Neto, Sizaquiel e ainda o jovem Patrick. Abordado momentos após o espectáculo, Teodato Hunguana, Presidente do Conselho de Administração da mcel, empresa que apoiou a iniciativa, considerou “serem importantes este tipo de eventos, sobretudo se tivermos em conta a dimensão do desastre em que nos encontramos”.
“Mas sobretudo se tivermos presente que não estamos no fim das cheias, pois é possivel que as situações que ainda vêm à frente precisem de muito mais do que aquilo que estamos a fazer, pelo que é necessário que nós continuemos com este movimento de solidariedade e possamos intensificar e amplificá-los”, frisou. Teodato Hunguana acrescentou que “a mcel está sempre junto às causas mais nobres do nosso povo, associando-se naturalmente a este movimento de solidariedade, dando alento, dando a sua contribuição e o maior estímulo que estiver ao seu alcance”. Por sua vez, o ministro da Cultura, Armando Artur, parabenizou os músicos moçambicanos pela iniciativa, realçando que “desta forma a cultura moçambicana está a desempenhar o seu papel social e nós, como Governo, queremos incentivar este tipo de projectos”. “Todos unidos, vamos ultrapassar este desastre e assim caminharmos novamente rumo ao desenvolvimento”, finalizou o governante. Refira-se que parte da receita resultante da venda dos CDs de alguns músicos moçambicanos, à margem do espectáculo, destina-se igualmente ao apoio às vítimas da enxurradas.